Considerações sobre Games e Gamificação

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Postagem no fórum da disciplina Games, Simulações e Mundos Virtuais na Educação:

Como o tema games e gamificação, e também mundos virtuais fazem parte da pauta das tendências em tecnologia educacional, venho estudando o assunto e fazendo algumas tentativas em sala de aula. 

Estou lendo um livro interessante do Karl Kapp “The Gamification of Learning and Instruction” em que ele coloca que o jogo é “um sistema em que os jogadores interagem em um conflto artificial/abstrato, definido por regras, interatividade e feedback que culminam com um resultado quantificável geralmente aliado a uma reação emocional”. Acho que ele traz um bom resumo dos elementos que compõem os jogos em geral. 

Já a ideia de gamificação se traduz em utilizar mecânicas do jogo em situaçôes reais de forma a engajar as pessoas, motivar as ações, promover o aprendizado e solucionar problemas. O que faz da gamificação um elemento com poder de engajamento em sala de aula é a inclusão de elementos do jogo, como uma estória, o sentimento de controle, tomada de decisão, desafios, e o sentimento do desenvolvimento de habilidades, domínio de uma certa etapa do problema.

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Quanto aos mundos virtuais e 3D, o Second Life, The Sims e Minecraft me vêm a cabeça com suas experiências imersivas para os participantes. Nesses mundos, o participantes se vê com uma nova identidade construída e interagem nesses mundos, interferem neles, constroem, distroem, colaboram e lutam por sua sobrevivência. 

 

Meus questionamentos em relação a esses mundos virtuais são sempre a curva de aprendizado para os participantes. Por exemplo, o Second Life era a grande promessa para o aprendizado de línguas, minha área. No entanto, não vingou. Apesar de algumas experiências bem sucedidas, não houve um boom de alunos aprendendo inglês no second life porque, no caso, dos adultos, tinham que aprender alguns truques para navegarem no meio e também a plataforma exigia computadores mais potentes e com certas especificações para rodar o programa. 

Então, vejo ainda a limitação desses mundos virtuais em sala de aula principalmente devido à infraestrutura necessária para rodar os ambientes. Talvez não poderia ser pensada a utilização desses recursos em um sistema de flipped classroom em que o professor tivesse um sistema gamificado e o aluno deveria trazer soluções talvez gravadas em vídeos ou imagens para “passarem de fase”, por exemplo? E caso isso fosse uma opção e se nem todos os alunos tivessem o equipamento necessário para participarem das atividades ou ainda se os pais não fossem favoráveis ao uso de jogos? Algumas barreiras que certamente precisam ser enfrentadas, ou até mesmo usadas como desculpa para nem se começar um projeto de games ou gamificação. 

Sem falar também no despreparo da maioria dos professores para utilizarem jogos e situações gamificadas que sejam realmente desafiadoras para os alunos… 

 

Na minha aventura online, algumas ideias me chamaram atenção em relação, principalmente a ideia de gamificação, cidadania, ação social e aproximação com a escola. A ideia de “cities of learning”, achei fantástica! Os alunos participam de um “summer camp” em que são “makers”, produtores de conteúdo, cientistas, djs, etc, e ganham badges ao explorarem a cidade. Aqui está um exemplo da cidade de Chicago: http://www.2mbetterfutures.org/cities . Nesse caso, o sistema de badges (distintivos digitais) foi construído via um modelo open source do Mozilla chamado Open Badges.

Para quem quer entender um pouco sobre o uso de badges em um sistema gamificado (valendo ressaltar que badges é apenas um dos elementos de engajamento e motivação), aqui está um framework interessante http://www.2mbetterfutures.org/wp-content/uploads/2013/11/BadgeFramework_v3.pdf . O documento explora distintivos digitais em três níveis, comunidade, competência e “vitrine” (showcase). Interessante essa perspectiva.

E para compreender o potencial e o porque da utilização de badges na sala de aula, esse texto é bem interessante:http://www.facultyfocus.com/articles/teaching-with-technology-articles/using-badges-classroom-motivate-learning/